terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

As medalhas , por uma mãe negra

A dor,
Desliguei da cabeça o tálamo
Para isentar-me da dor,
Assim ainda vivo
Como a abertura da flor.
Eis lá os meus gametas - aqueles de tez preta.
Por favor - vejam-lhes o riso, a garra, a alegria,
A crença, o vervor,
A vontade de superar o cansaço.
Na inocência da vitória:
A larguesa do abraço,
O gingado, a magia.
Vejam o riso - pros que olham,
O respeito - com os que oram!

O alimento,
Conservo o seio sempre cheio,
De leite - para os meus;
De deleite - para os teus.
Se a vida bate-me à porta,
a raça.... - não importa!

A lágrima,
Pedaços de diamantes,
Nas faces negras dos infantes
Matizando-se no sol incandescente,
Tal as cores da Pátria inclemente.

A medalha,
Tirar do peito as medalhas,
E ofertar a Palmares,
Para servir de mortalha
Aos que o podium é negado.

O choro,
Choram filhos - dão-me mil beijos,
Lambuzam o meu rosto com a lágrima da glória.
Choram filhas... tua mãe? - sô teus desejos.
Choram filhos!.... choram filhas:
SÓ CHORA QUEM TEM HISTÓRIA!!!!!!!!!

Hoje essa mãe tem duas filhas, pauta seu comportamento social, pelos seguintes versos
"TENHO MEUS FILHINHOS
QUE AJUDAM A CARREGAR O MEU VIVER."

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